QUE VIDA

Que vida mal tida, mal vivida, malquerida.
Quem sabe a vida que não pediu, porem tem de viver a sanidade que não quis e tem de sobreviver.
Que vida mal-entendida, uma vida que nos leva por não vontade de conduzir.
Que vida sem vivência, sem coerência, sem consistência, a vida que não se quer, porém não se pode recusar a existência que não aceita, mas tem de arcar.

Esta vida sem entendimento, sem acento para poder descansar, porquanto é uma vida de movimento, sem parar, uma inconsistência de pensamentos sem sessar.
Oh vida mal-entendida, por não haver quem explique; não ter como tudo absorver e tentar entender.
É a vida sem saber por que, sem querer se ver, apenas na de outros querer se meter, falar sem parar por ser a própria vida sem sabor, sem amor, sem calor, sem valor.

A vida que vivemos, por não ter outra para viver.
Vida que não queremos, porem temos que manter.
E ao partir desta, que não é para o nosso bem, é muito mais além de simplesmente morrer, é para outra vida ser pior que esta que estamos a viver.
Outra vida que pode nos matar mais que queremos morrer, outra existência que pode sufocar mais que esta, a nos faltar o ar do bem-estar.

É a vida a se aceitar embora não entenda por que ter de suportar.
A vida a concretizar em projetos mesmo sem saber se são para se valorizar, apenas levar e não morrer, somente se estabilizar quando na horizontalidade do corpo sem vida passar a estar.

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