MODO DE AMAR

O que falar do amor?
O que dizer que não foi dito?
O que clamar ao vento que não foi pronunciado?
O que enfim reclamar se não foi amado?
É a fé de alguém muito gostar de ter.

A sensação de perdição quando este ser em nossa presença está.
A adoração de ver esta pessoa se desnudar.
A instigação de querer tudo isso apressar.
Mas para a magia não acabar é se acabar neste longo e desejado esperar.
Momento a se perguntar; devo me controlar?
Ou entregar-me a este “taradismo” sem lugar?

Deliciosa vontade de tudo fazer, sem esperar.
Loucura de se entregar sem mesmo ela se despir terminar.
Isto é colocação verbal, desejar e querer ter.
Encorajar para poder tudo com ela fazer.

Porem sei que o momento certo virá.
E tão cedo não acabará.
É querer tê-la sem medir esforços, sem consequências.
Simplesmente poder possui-la e acabar com essa nossa carência.
Mas em tudo tem limites, seu corpo não me aguentar.
Meu corpo o dela não suportar.

Tudo questão de como se acomodar.
Poder fazer por ela e eu gostar.
Mas se não der para nos darmos.
Ficaremos a nos desejar sem conseguir para a vida acordar.
Sem ao menos entender o que aconteceu.
O que sucedeu neste nosso devaneio que não deu em nada.
Além de uma vontade que um não segurava.

O desejo de se entregar que acabou em poucos segundos.
Tão nervoso e ansioso do primeiro encontro.
Que só conseguimos nos esfregar e deliciosamente beijar.
Porem a vontade por aí ficou.
Que nossos corpos em aquecimento incessante esfriaram.

É a excitação que não seguramos.
A necessidade disto que não administramos.
E acabamos por conversar até tudo aliviar.

Novamente tempos depois tudo de novo começamos.
E tudo deliciosamente culminou.
Por várias vezes naquela noite.
Delicioso e interminável açoite.
A nos entregar sem cansar.
Embora os corpos não suportassem.
Abusamos e conseguimos.
Exageramos e adoramos.
Acabamo-nos, mas nunca paramos.
E sempre o recomeço.

Até que em suplicio de cada lado um caiu.
O corpo soado e dolorido.
Cansado com prazer cumprido.
Este é o amor a se dar e receber.
Acariciar até sem querer.
Fazer amor até amanhecer.
E só adormecer quando o corpo já não aguentar.
Já não responder, não se levantar.
Como é delicioso este modo de amar.

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