DE CASO COM A MORTE

Entre tantos encontros e desencontros, momentos se confundem em nossa mente; ações que passaram e não foram absorvidas, situações que aconteceram e não nos deram mais sapiência; é o não aproveitar o momento, não vivenciar a experiência.

Quem sabe se o fizéssemos não sofreríamos mais tarde; não nos perderíamos em respostas que deveríamos ter do passado, é a compreensão que falta de salvar em nós o que vivemos, é o não querer se lembrar de ruins conflitos para só desejar a felicidade e bem-estar, porem no momento mais à frente precisamos da vivencia já passada e de seus sentimentos, porém não os temos, e assim não sabemos no presente como solucionar tais confrontos.

De tudo que aprendemos muitas vezes falta-nos discernimento de guardar o que realmente interessa ou possa favorecer no futuro, então guardamos as experiências boas e as ruins não tiramos frutos, não pegamos ensinamentos por terem sido amargas situações.

É nosso erro, o de só querer em nosso interior o que houve de bom, e não o que de ruim aconteceu, pois, esta parte terrível de nossa passagem pelo plano terreno é que nos da sabedoria, fornece conhecimento das verdades divinas, através de fraquezas experimentadas naquele momento de agonia.

Vivemos muitas vezes como se fossemos imortais, então não pensamos na partida, porque a morte nunca nos alcançará, mas no fundo sabemos desta realidade, somos mortais em carne e teremos de ir para um lugar desconhecido e temido.

E mesmo esta experiência pode ser vivida antes de ocorrer, mas não fazemos, não vivenciamos, ou pelo menos aceitamos esta hipótese, sofremos então, ao invés de crescer na compreensão de que tudo que guardarmos de valores monetários e materiais não poderão ser levados, é profunda decepção quando o ser às vésperas desta viagem se dá conta que é uma verdade, que terá de ir tão nu quanto chegou e o despreparo emocional é então latente, não compreende, não aceita, se debate em pensamentos e quer subjugar a senhora de negro como se fosse possível.

Vivemos no sonho da vida eterna, ou menos, no sonho de acreditar que a frágil carne poderá nos manter pela eternidade, que não se desgasta, não perde vigor e elasticidade e nos fará viver por muito tempo, independentemente de como a tratemos; sabemos que isto é impossível, porem a muitos bem no fundo de suas mentes receosas, acreditam que este corpo pode ainda suportar mais uns dez, vinte ou até cinquenta anos, ou mais.

O pesadelo em nós é evidente; sonhar e não poder realizar, a verdade a ser confrontada, o tudo que somos diminuídos a sermos frágeis seres mutilados por nosso carma de vida após vida, onde procuramos crescer sem saber para que lado, ou simplesmente para que, e vamos passando estas vidas sem estudar para compreender se tudo isto é verdade, se nosso sofrimento do momento é para sempre ou não, se o que sabemos sem ajuda de livros é de alguma forma aprendizado dum passado além útero.

Temos em nós muitas e incessantes duvidas, e as mais importantes não procuramos respostas, as mais contundentes não viabilizamos possibilidades, simplesmente ignoramos, as vemos como tolas colocações, tudo porque é mais fácil assim aceitar, do que confrontar o que sabemos com o que nos parece fantasia louca, mas somos lunáticos, são fantasias vivas estas, interjeições que não procuramos esclarecimento, e assim passamos por esta encarnação sem respostas mais uma vez.

Aterrorizamo-nos com o que não compreendemos; com o que parece maluca situação de um mundo moderno, muito além do que era a tempos atrás, ou diferente demais de nossa forma de pensar.

Vivemos neste mundo e fazemos parte destas mudanças também, que são para nos testar emocionalmente, fazer raciocinar sobre o que é verdade ou ilusão neste plano das verdades materiais, e fazemos parte dele para que entendamos nossas emoções, e quando estas forem corretamente equilibradas frente aos mesmos absurdos, deixaremos de sofrer pelo que vemos ou sentimos em nós.

É tudo questão de burilar o que somos interiormente, de compreender que tudo aqui é normal mesmo que pareça anormal, que tudo é correto mesmo que pareça esquisito.

São nossos sentidos carnais vendo o que acontece, e não nossa sabedoria além-carne, pois se tivéssemos esta faculdade, veríamos que tudo de estapafúrdio que aqui acontece tem um porque, uma utilidade para o crescimento das pessoas que possam estar envolvidas, ou para nosso crescimento. Tudo questão de ponto de vista, e o nosso é curto por só vermos até o horizonte de nosso raciocínio e inteligência, e não da sabedoria.

O mundo é então o que conhecemos pelos cinco sentidos; pequeno, caótico, sem futuro com o passar dos séculos, porem nossos sentidos divinos dizem que este plano é o perfeito lugar para evoluir, a perfeita escola para se compreender, o mundo das verdades, mesmo que não pareça, porque através do sofrer, do perdoar, do se dar ou ter de receber com humildade, se aprende a viver a realidade que não é deste plano.

Só saberemos que estamos crescendo se soubermos entender a nós, se soubermos compreender o que em nós é viável à nossa formação além-carne, então faremos deste plano algo mais que matéria orgânica a ser reciclada pela natureza séculos sem fim, teremos este plano como nosso lar momentâneo, e saberemos que tudo que passamos aqui é para nosso bem, que tudo aqui foi feito em prol de nosso crescimento e este crescimento é galgado mesmo que não notemos, mesmo que decaiamos mais e mais com as encarnações, é nossa necessidade de ir até os porcos como o filho prodigo para entender que a casa, ou os ensinamentos do  Criador são corretos e completos.

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