RECLAMAÇÕES DA NOITE

A noite se foi, e meu corpo enfraquecido ficou.
Ficou exausto pelo sonho mal que me assolou, que me fadigou em tê-lo presenciado.
Uma vontade sem maldade de ver tudo que não queria, que não desejava.
Porem sei que não é de minha índole tais pensamentos que me assolam em sonhos mal quistos; é a insensatez do não me entender quem sabe; de não me aceitar, até de ao mundo não querer relevar.
Passei uma noite triste por não dormir como desejava.
Passarei um dia sem sol em meu interior, por saber que meu carinho espiritual para com as pessoas foi abalado, foi desregulado por um sonho malvado.
Porem tenho consciência deste fato, sei que foi erro meu ter discutido antes de ao sono me entregar.
Perco bom tempo em algo que não leva a nada de benéfico, resoluções que teriam mais soluções se conversadas levemente.

A força das palavras eram menores que minhas emoções, eram irritações do mal-estar que meu interior experimentava, e neste me entregar em emoções, sensibilizei-me da maneira que nada a mim trouxe de lucro interior que fosse.
A sensação de não se chegar a lugar algum com tantas palavras lançadas de maneira impensada, até palavras de mau gosto utilizadas, e neste incorrer uma noite mal apreciada.
Um nervoso que não levou a nada, uma solução que não foi tomada, porque ninguém chega à conclusão diante de esbravejadas sem noção.
Sei que devo desculpas a quem antes ofendi; porem meu orgulho eu administro e desculpas a ninguém nunca pedi; erro que sempre cometi, falhas que nunca deixei que notassem; deixei que me imputassem.

E por tudo isso, e tantas outras que já fiz, tenho hoje sonhos mal vivenciados, noites mal aproveitadas, e uma vida mal vivida.
Por ser perfeito e infalível, por exigir respeito e nunca admitir ser inquerido.
Sou perfeito no que digo, exato no que me refiro, e em todos estes predicados uma única coisa tenho a deduzir.
Sou só defeito a me exibir, sou um exagero a me expor em argumentos, e um agressor ao discutir o que não tenho razão.
É verdade que sou um pugilista no discutir diferenças, um fraco no entender as verdades, e um tolo por tudo isso fazer, pois minhas noites são em clara escuridão do quarto, ou na obscura visão de sonhos mal vivenciados, em pesadelos que não abandonam este meu corpo cansado, no dia a dia de não obrigados, nem de desculpas a outro alguém.
Esta é minha verdade, e sem maldade uma verdade que só serve a mim, e uma mentira que não convence a mais ninguém.
É a verdade de ser falso até comigo.
Se dormisse amigo de meu travesseiro à noite; não seria inimigo dos meus amigos de dia; não seria um zangado brigão; nem um amedrontado com receio de perder o chão.

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