UM ANIMAL FORA DO REINO ANIMAL

O homem é superior em raciocínio por sobre o reino animal, mas as vezes age como animal ignorante.
Tem seu monstro sempre adormecido, mas vez por outra acha conveniente cutucar este para não morrer.
Detesta ser arguido, ter sua palavra duvidada, mas sempre está na dúvida do que deve fazer em sua vida, como se nunca tivesse vivido.
Age abruptamente quando deveria ser sereno, e de forma serena sempre que é acuado.
Foge de seus medos e receios sem ao menos ver o que está achando de si, mas se preocupa com a opinião e olhar do próximo.
É sensato e sincero, se isto lhe convier, é honesto e bondoso se algum lucro lhe trouxer; percebe que estas atitudes estão erradas, mas o que diriam se fosse tudo que gostaria?

Sua fidelidade é duvidosa, adora o que gostaria de ter, e tem desamor pelo que já conseguiu, é inconstante em relação ao material e até mesmo sentimental.
Dá o que tem de melhor aos que dele precisa, doa o que lhe convém aos que dele dependem, e não se incomoda com os que nada têm a ver com ele, nem mesmo um “oi” se prontifica a solidarizar.
Foge sempre que não tem noção de como uma dúvida resolver, é superior em dizer que compreende o que acontece, mas prefere em outro momento solucionar a pendência.
Vive em comunidade, se isto convier para a sociedade não lhe cobrar, é sincero com os que ama, até o ponto em que acha esse amor ser aval para suas atitudes.
Detesta trabalhar por prazer, pois prazer é o que não nos proibi de sair a qualquer hora, de fazer o que quisermos e com quem quisermos.
Brincalhão e pouco amigável, se isto trouxer desavenças em assuntos que quer dominar.
Ama o belo, é sincero, mas não quer ser confundido por esta atitude.

É fraco por não se permitir ser meigo.
No trabalho deduz, produz e sua eficiência é plena, mas em seu lar, não troca lâmpada, não varre o chão e faz sexo por obrigação, para logo se deitar de costas o mais rápido possível.
Procura melhorar no geral de sua vida, recupera seu passado sempre que convêm, mas só pensa no futuro de quem lhe convêm.
Amável pai, bom professor, excelente marido, mas mau administrador de sua existência, concorrendo com vícios que só exaltam falhas e faltas.

Em férias é pessoa saudável, vivaz em relaxar, mas só o corpo está longe de seus problemas.
Consigo mesmo tenta ser sincero, ser real, porem seu espelho interno está sempre fora de foco.
Quando irado é um trator, prejudica com palavras, gestos e até pensamento que envenenam só a si.
Ao dormir não relaxa, continua trabalhando nas preocupações que tentará resolver quando acordado.

É um professor na vida.
Um mestre de grande saber.
Um atuante criador de soluções.
Um eterno amante do bem viver.
Um bom ser humano no realizar o prazer alheio, quando interessa.
O homem é eterno, e até quando ele viverá pela eternidade desta forma?
Recusando a crescer para seu próprio bem?
Recusa-se a ver as falhas animalescas mais dóceis porque lhe convêm.
Até quando o ser vivente se tornará um ser quase sem vida real?

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