NO SILÊNCIO DA ALMA

Na paz de teu silencio, quando os pensamentos se calam, quando o mundo externo se torna mudo, a paz interior reina.
Um querer saber de muito, mas pouco perguntar, um desejar entender de tudo, mas nada neste instante querer indagar.
É o Deus que em ti vive que está a falar, a confidenciar, aconselhar, e nesta infinita paz somente uma coisa vem à mente; o nada.
Um momento de reflexão, de se encontrar se perdendo em si, de encontrar Deus abandonando a si em pensamentos.
E na escuridão das pálpebras fechadas Ele surge sem forma, sem rosto, sem voz, sem nada dizer, mas sabe que é Ele pela paz que passa a reinar.
Tens impressão que nada existe neste momento de solidão, mas é o momento em que mais existe o tudo, o que realmente é verdade, o que essencialmente precisamos aproximar de nós, de Deus, de nossas verdades escondidas.
É hora de nada perguntar, mas sentir que todas as respostas serão encaminhadas; ver só o perfeito, e na magia do momento se tornar surdo ao mundo físico totalmente, e o som que escapa do universo externo para seu interior nem percebido é.
Doce momento de reflexão, de entrega ao nada, que em verdade é o tudo, de restaurar os momentos uterinos, de vivenciar o mundo das belezas divinas.
Esta é meditação para se encontrar se perdendo, e do mundo se escondendo, meditação que deve ser praticada até com olhos abertos aos poucos, que deve ser mantida em tumultuoso dia a dia, que deve ser integrada a vida cotidiana.
Para que em harmonia interior sempre, esteja cada vez mais equilibrado com o mundo externo, sabendo e sentindo tudo ao seu redor, como se fosse sabido de si todos os efeitos, todas as ocorrências.
Meditar sem fechar os olhos nem calar os pensamentos, para que passe mais tempo do dia em comunhão com o Deus que continua silencioso, porem mais instrutivo.
Ensinando agora a compreender o mundano universo, saindo do interior puro; e tendo no mundo o entendimento de que se pode ser feliz e meditar vendo as loucuras que acontece no mundo.
Meditar é se encontrar com Deus, e podemos fazê-lo de olhos abertos e com os sentidos atuando, estarmos em paz com o mundo e não precisarmos isolar deste.
Se entregar ao escuro das pálpebras e no silencio da solidão, também é se comungar com as duras verdades do cotidiano levando consigo todo bem-estar de nosso universo interior, levar Deus ao nosso mundo de sofrimento, e este deixar de sê-lo, e passar a ser de compreensão e simplicidade, aprendizado e humildade.

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